Em um mundo onde tudo precisa ser prático e rápido e quase não existe educação sexual, o acesso à pornografia vem influenciando as interações íntimas.
Será ela a causadora de tantos males como criticam alguns especialistas? Vamos juntos refletir sobre isso nesse artigo sob o ponto de vista da consciência.
Consciência racional
Pra começar vou lembrar aqui sobre a consciência racional. Quem já lê meus artigos, sabe o quanto destaco a importância das 5 consciências.
E a consciência racional é a dimensão dos pensamentos, crenças e atitudes. É através dela que interpretamos e damos sentido às nossas experiências e agimos. Nossos pensamentos moldam nossa realidade, e as crenças podem nos empoderar ou nos limitar.
Aristóteles argumentava que a razão nos permite distinguir os pensamentos disfuncionais da realidade, ajudando-nos a tomar decisões alinhadas com a busca por equilíbrio, que ele denominava excelência moral.
Ainda segundo o filósofo, a virtude é um hábito adquirido através da prática racional, resultando em uma vida equilibrada e harmoniosa.
Por isso, devemos questionar nossas crenças e identificar padrões de pensamento negativos como formas de desenvolver a consciência racional. Nesse contexto, cultivar o hábito da reflexão crítica nos permite tomar decisões mais conscientes.
Nessa medida, se nos basearmos nos ensinamentos de Aristóteles e buscarmos consumir pornografia de uma forma consciente, podemos enxergar benefícios.
Equilíbrio
O que acontece quando há um excesso e o vício na pornografia é a dependência. Estudos apontam que há a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa, que traz alívio ao estresse, ansiedade e até mesmo à depressão, um dos principais fatores de risco para o suicídio.
Vamos entender isso. Estima-se que até 96,8% dos casos de suicídio estejam associados a algum transtorno mental, sendo a depressão a principal condição envolvida. Além disso, os índices de suicídio entre homens no Brasil têm mostrado um aumento preocupante nos últimos anos.
De acordo com um estudo do Ministério da Saúde, a taxa de suicídio entre homens foi de 10,7 por 100 mil habitantes em 2019, comparada a 2,9 por 100 mil entre mulheres no mesmo ano.
Embora o consumo excessivo de pornografia possa levar à dependência, quando usada de forma consciente e equilibrada, pode trazer sensação de prazer e ter um papel positivo na vida sexual.
Sim, ela será uma ferramenta para experimentar fantasias e manter a chama acesa, trazendo criatividade e novidade ao relacionamento.
Quando ambos os parceiros estão confortáveis e abertos ao diálogo, a pornografia pode enriquecer a intimidade, melhorar a comunicação sobre desejos e preferências, e fortalecer a conexão entre eles.
Para uma pessoa que não está em um relacionamento, a pornografia, quando usada de forma consciente e moderada, pode ter vários pontos positivos. Pode servir como uma forma de descoberta, ajudando a entender melhor seus desejos e preferências.
Além disso, pode proporcionar um alívio saudável do estresse e da tensão, funcionando como uma maneira segura e privada de satisfazer necessidades sexuais.
A pornografia também pode ser uma ferramenta educativa, fornecendo insights sobre diferentes práticas e técnicas sexuais, que podem ser úteis no futuro para melhorar a vida sexual.
Conscientize-se
Por fim, como em qualquer outra situação da vida, a pornografia tem lados positivos quanto negativos, dependendo de como é utilizada.
O segredo, aliás, não há segredo aqui, está no consumo consciente e equilibrado, a fim de enriquecer a vida sexual. Já o excessivo pode levar a dependências e problemas emocionais.
Se for de sua opção utilizar a pornografia, faça como um complemento, e não como um substituto, para relações reais, significativas e conscientes.